quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

#18 Chalanas


Este é um projeto alternativo, que foge um pouco do formato do canal, mas ainda sim, a meu ver, merece um espaço no conteúdo até aqui oferecido.
Natal de 2009, eu e meus colegas do restaurante chalanas nos reunimos para uma confraternização. Tendo acabado de comprar minha tão sonhada câmera, decidi fazer um vídeo e posteriormente descobri minha paixão por esta forma de expressão digital. Este documentário foi meu primeiro projeto em vídeo, e porque não dizer, o marco zero no canal "Terceiros Fragmentos" que viria a nascer exatos um ano após esta primeira brincadeira. 
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*Atenção para a errata aos 04:46 onde a loira que é apresentada se chama Rose, e não Ana como aparece no vídeo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Medo Apenas...

Existe uma coisa, que desde muito pequeno, me moldou e se definiu como meu maior medo e dilema de vida. Não é nada que não seja medo e dilema para todas as outras pessoas que amam seus pais, como eu os meus. 
Hoje eu quase perdi meu pai, meu herói, meu ídolo... Que aterrorizante foi se entregar em pensamentos de solidão, em frente a esse mesmo computador, de mãos atadas, assistindo minha tia me contar o que ninguém teve coragem de me dizer, e que sobrou pra ela fazer de maneira tão melancólica, chorando pela idéia de me ver chorar.
Desde as onze horas de ontem ele estava infartado. Com o coração fraco, confundindo as dores abdominais e queimações com diagnósticos simplistas e mesquinhos, se anulando na esperança de anti-ácidos efervescentes, copos de água vázios e leites gelados do tipo B... 
Meu Deus, ele quase ousou fazer isso comigo.
Depois de quase morrer sozinho nos corredores de um consultório que limpava de madrugada e de experimentar as dores e as ardências de um coração que de tão fraco convidava o vômito para aliviar-se de martírio, o meu pai decidiu procurar ajuda, e depois de choros, multas de trânsito, alguns sinais de lealdade e uma ponte de safena, ele se sai bem, e ainda brinca de se testar na mesa de uma UTI nos Estados Unidos da América.
Foi um dia complicado por lá. Teve uma ambulância cruzando a quinta avenida com as sirenes ligadas fazendo as luzes da cidade insignificantes por alguns segundo, teve uma irmã sendo punida por um guarda de trânsito que não entendia uma palavra do que ela gritava na rua, mas parou para ouvi-la e recuou quando entendeu o desespero de filha, teve também mãe deixando diferenças de lado, para se unir pela causa maior da vida: a morte, ou o medo dela.
E por aqui teve apenas alguém que suava muito as mãos, olhava no relógio de um em um minuto, e que pensava em rezar, pedir para que nada acontecesse nunca, escolhendo palavras vazias para se expressar para um Deus, não se conformando em ser apenas um ator coadjuvante.
O dia 6 de dezembro poderia ter sido um dia cruel. Poderia ter sido o pior dia da minha vida, um dia de choros convulsivos, de loucura disfarçada de lágrima, mas não, hoje foi só o susto, a certeza de que filho nenhum jamais estará preparado para esse momento, a triste sabedoria de como é ruim estar longe e ver gente que a gente ama com um coração desamparado.


Para quem ousar apreciar: "Naquela Mesa" de Sérgio Bittencourt para Jacob do Bandolinho. 
Pela prece dessa música demorar ainda bastante tempo para fazer sentido pra mim:



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Teorias de Imortalidade...

Os livros, os filmes, as músicas... Que se danem esses exercícios de alma, afinal um dia o sol explode e nada há de restar.
Parece estranho querermos lutar tanto por nossas naturezas artísticas, sendo que - quando muito - teremos minutos de imortalidade, frente à imensidão de um universo que segue seu desatino de se expandir e nos ignorar.
Porque existir?
Eu sei que muitos seguem a explicação convencional religiosa, de um livro pequeno, que também vai se queimar quando o dia do nosso fim vier a tona.
Também sei que outros buscam na certeza dessa finitude uma resposta simplista e biológica, algo como: por nada existimos e para nada servimos, somos fadados a procriação da nossa espécie, e só.
Mas existe algo que insistimos em ignorar, que é essa estranha vontade de ser imortal. Claro que esse rompante não é algo vivido e sabido por todos, poucos a têem, mas para os que vivem este dilema, é algo valioso, embora não saibamos direito o que fazer com esses sentimentos tortos.
Assim como traços de uma personalidade nunca são vividos por todos, também a relação artística com a imortalidade é uma fonte da qual poucos bebem, mas não por isso podemos ignorá-la. Ela existe, e não dá a mínima para o fim.
Ontem saí e me diverti muito, e por mais que o momento valeu, e sempre valha a pena, fiquei com a estranha sensação de que eu não pertencia àquela lugar. Não como a um membro de família deslocado – vocês não sabem o quanto eu me sinto amado –  mas porque essas questões se fazem mágicas para mim, e a estranha ampulheta de areia que é a minha existência, segue seu peculiar devaneio transcedental rumo ao nada, e esta contagem regressiva para lugar algum me confunde.
Todos os meus personagens e histórias servem apenas para ilustrar a minha alma. São o meu medo de morrer. Eu quero gritar com eles as minhas verdades, antes que seja tarde, mas para que me preocupar? Devia viver o agora e esquecer o resto, não me sentir culpado por ignorar missões de vida, ou atrasá-las...
Todos estão ocupados demais vivendo, enquanto eu sigo esperando inspirações, dilemas e verdades sobre mim.
Eu quero ser imortal, só não sei porque...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

#17 Origens


O reencontro com nossas origens pode ser estranho, muitas vezes envolvem um considerável número de razões para se teme-lo, mas é quase sempre um momento de profunda reflexão e alegria.
Minha volta ao Brasil me convida a retomar alguns de meus projetos mais pessoais, assim como reencontrar a parte mais familiar da minha família, de minhas influências e principalmente da minha história real de vida até aqui.
Voltar para casa é sempre um grande acontecimento...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sobre ser diferente...


As vezes a distância do mundo real, de nossa família, nos aproxima de quem somos de verdade.
A três dias atrás eu voltei ao Brasil. Visitei minhas origens e proferi palavras ao vento, enquanto caminhava me expressando para mim mesmo, como um demônio fadado a um céu de ilusões que jamais o pertenceu de verdade.
Eu acho estranho... Está tudo aqui, o cheiro de terra molhada, a água que ainda jorra voraz sobre cada mina espalhada pelas montanhas do vale, enfim, cada minuciosidade está aqui presente, pintada pelo tempo que não deixou de deixar sua marca peculiar em tudo, como um reencontro em um filme de fim de trilogia, onde a direção de arte cria cenários belos, manchados pelo tempo, quase como um convite a nostalgia que segue.
Mas as ruas são pequenas agora, e como é engraçado perceber isso. Tudo parece triste, como algo que ainda quer ser especial, mas que faz um esforço tremendo, quase desumano para sê-lo agora. 
Algumas pessoas eu tenho medo de reecontrar. Velhos amores que ainda riscam a cicatriz da minha alma com o medo de algum encontro em alguma destas esquinas do acaso.
Sei que mudei, e ser diferente chega a me incomodar. Minha família sabe de mim, sabe dos meus rompantes e de minha necessidade de me expressar, sempre fui tido como alguém fadado a "dar certo" por todos, e eu me impus a obrigação desta realidade de vida, mesmo sem saber o que entender por "dar certo" em uma concepção mais plena de tudo.
Falta eu aceitar o que eu sou de verdade. 
Falta minha origem dialogar com a minha plenitude para que tude se torne um só de novo.
Hoje pensei na vida e conclui que "dar certo" pode ser o simples fato de existir para quem ama a gente...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Pelo que mudar...


Não pensem que sair pelo mundo é algo maravilhoso. Pode fazer um mal danado para pessoas como eu.
Hoje eu não sou nem mesmo a sombra do que eu era a quatro anos atrás, quando ainda estava frio, e eu relaxava deitado na cama que faziam minha, em minha cidade natal, com os fones de ouvido a me inpirar em Radiohead – que começava a fazer um sentido pleno para mim  – ou Marisa Monte –  a quem já tinha aprendido a admirar de outros carnavais – com todo, ou pelo menos boa parte do tempo do mundo, doado, de graça, só para mim e para mais ninguém.
Eu era um projeto, ainda mais inexpressivo do que sou hoje, no auge dos meus vinte e um para vinte e dois anos, com o mundo e a certeza de um futuro glorioso me fotografando em meio a “Infinitos Particulares” e afins... Eu só sabia esperar.
Era mágico pertencer ao último “sonho de verão”, me percebendo o personagem principal da minha história de vida real.
Mas eu não era nada, tinha todas as certezas de um menino que compreendia a vida segundo o pouco que vivera até ali, e eu sei que teria sido assim, e estaria assim, se ainda estivesse lá e optado pela garota de olhos claros e de sonhos carnavalescos.
No momento exato que embarquei para fora do Brasil e de mim, eu mudei. A vida me mostrou uma outra face dela, e eu, criança do mundo, com toda a inocência de um Peter Pan de faz-de-contas, tive que crescer e deixar de viver de mentira.
Me tiraram o tempo, a fantasia se perdeu no espaço e minhas ilusões foram reduzidas a pó.
E eu fiquei triste, o que mais podia ser?
Mas depois de muito tempo camuflado nas sombras frias de madrugadas em claro, passei a existir para entender o propósito maior de ser um artista, que era o de não ser nada daquilo.
De entender e aceitar, de uma vez por todas, a responsabilidade de ser o que eu sou.
E agora eu estou voltando...
Irônico, dizem que a gente só sabe o quanto estava perdido quando volta pra casa. Eu não sei, só queria sentir o tempo em mim de novo, as ilusões de uma vida tranquila, meu primeiro livro, talvez outro que possa nascer dessa calma toda, algumas horas dedicadas a antigas paixões mundanas e, por fim, o reencontro com personagens especiais dessa minha vida até aqui.
Mas o fato é: conseguirei voltar a ser quem eu era antes, mesmo tendo mudado tanto? Estarei livre do peso de existir de quatro anos para cá, ou essa existência me amaldiçoou e para sempre estarei fadado a escuridão de não peretencer a nada e nem a ninguém?
Busco a resposta na nostalgia de tempos que se foram, onde supostamente eu devo chegar. Será que eu mudei apenas para me tornar uma pessoa mais triste do que eu já era antes?
Pelo sim ou pelo não, estas são as regras do meu jogo agora, e eu preciso aprender a conviver com elas...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

#16 Cinco Filmes parte 2/2


Neste a corrente se fecha... 
Claro que toda a expressão cinematográfica não se encontraria aqui, e por mais que existam incontáveis diretores, com incontáveis obras similares, para não dizer melhores, eu busquei optar por expressões cinematográficas mais modernas, condizentes com o novo perfil crítico dessa onda de cinéfilos do novo século.
Neste, a genialidade de Michael Haneke é lembrada em seu filme mais pessoal, enquanto os vampiros ganham redenção em uma obra poética e de beleza raramente encontrada em outros filmes do gênero...
E como não poderia deixar de ser: Ingmar Bergman o/

Os indicados:

Me indicou:

Os filmes (IMDB):

O Diretor (Wikipédia)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

#15 Cinco Filmes parte 1/2


A primeira parte sobre os cinco filmes que me definiram... Nesta, três das cinco obras mais relevantes para mim ganham destaque e oferecimento. 
Da pioneira e premiadíssima obra de Steven Soderbergh, passeando pela gloriosa atmosfera lírica de Rebecca Miller, até terminar na genialidade de Hirokazu Koreeda. 
Para estes sou só elogios.

Me indicou:

Os filmes (IMDB):
Sexo, Mentiras e Videotape: http://www.imdb.com/title/tt0098724/
O Mundo de Jack e Rose: http://www.imdb.com/title/tt0357110/

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ser capaz...

A vida poderia ser um sonho bom, talvez um videoclipe perfeito, que combina a imagem com a música, e nos faz diferentes de tudo, simplesmente capazes de tudo, até mesmo de voar...
Seria muito bom me sentir diferente para variar, ter admiradores, ser vivo, não a projeção preta e branca de um filme mudo que me faz triste em essência.
Penso que essa tristeza de alma um dia percorrerá folhas em branco e me encherá de orgulho de mim mesmo. Penso na nobreza de dias de paz ao som de qualquer coisa lírica, onde a tristeza de uma música qualquer, será a combinação de meus dias de glória e a trajetória das minhas palavras de ação...
Ouso desejar a realidade dos meus planos, de parar de acreditar no tempo, de esperar a chuva inundar um quarto com seu cheiro bom para dormir. 
Quero o sono mágico dos que ousaram fazer alguma coisa com suas vidas. 
Quero a morte não com medo, busco uma eternidade para morar comigo, como o silêncio entre uma e outra música, daquele cd de outrora, que soube me lançar para fora de mim, e buscar a inspiração dos dias em que me sinto capaz...


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dependências...

Não a química, mas igualmente destrutiva, a dependência psicológica para com uma idéia, ou um vínculo que possuímos com alguma coisa, pode representar uma transgressão moral e uma constante negação àquilo que acreditamos ser o certo.
Sendo menos científico e mais pessoal, quero falar sobre quando acordamos e percebemos que tudo em nós faz uma mesma pergunta, inquietante e agressiva: "Porque este trabalho?"
É fato que devo a esta minha insatisfação pessoal e profissional, a ausência de uma carreira no Brasil, o começo tardio no mercado de trabalho e até mesmo a desistência da faculdade de jornalismo, hoje um grande arrependimento.
Pela vontade de vender os meus dias por um punhado de dinheiro rápido, pelo sonho de publicar as minhas obras de forma independente, ou de poder comprar um apartamento, sigo me perdendo ao longo de três anos entre trabalhos que chegam a exaustiva carga horária de 65, às vezes 70 horas semanais, sem significar nada.
O trabalhador que sai do seu país e corre pelo mundo é explorado de forma direta. A mão de obra de um brasileiro, tendo em vista a realidade do nosso país, é geralmente muito convidativa para um americano, ou europeu. Afinal, que brasileiro que não quer ganhar $500,00 dólares por semana, cerca de R$1000,00 semanais, ou R$4000,00 mensais? (o que aqui para um americano, ou europeu bem preparado, é considerado um salário por vezes baixo).
No Brasil, esta realidade não é para qualquer um, e por isso nos sujeitamos a toda sorte de trabalhos, muitos destes exploratórios, como o que tive sendo faxineiro, quando limpava supermercado madrugada adentro, sem uma folga sequer, quase a um ano sem dormir de noite.
Chega um período que tudo o que queremos é tempo para escrever, nosso lazer, enfim, nossos projetos. Mas daí acontece algo estranho, e quando percebemos - talvez por culpa dessas tantas crises econômicas mundiais - estamos presos psicologicamente às nossas rotinas e consequentemente a esse vazio existencial que nos permeia.
E é aí que estou agora...
Quando ousei um pouco, me permiti - graças a uma condição fincanceira estável - arriscar, mudei de trabalho e de estado, indo de Nova York até a Califórnia, deixando tudo e a todos para trás, acreditando em dias de paz, e fui severamente punido pelo sistema, perdendo quase tudo o que tinha conseguido em um ano e meio de trabalho em um restaurante.
Agora, mudei para a Alemanha, estou conseguindo me reerguer, mas queria poder negar isso, mudar, investir em mim, mas a realidade dos meus dias, o medo, somado a esse meu trauma, fazem com que eu sinta pavor de abandonar este que é um trabalho que nada significa para mim, e por isso é triste.
Quando viveremos em uma realidade que não ousa punir jovens mentes pensantes, só querendo influenciar e ser influenciado pelo mundo, mas icapazes de fazê-lo devido a trabalhos banais e sem importância?
Quando decidiremos investir no agora e não pensar no futuro, acreditando que dias melhores virão?
Eu hoje procuro vencer a barreira do medo na certeza de que outra realidade me será favorável, mas a questão é: será mesmo?
Compensa largar tudo em pról de uma aventura, ou vale a insatisfação de uma realidade financeiramente estável?
Investir a gente na gente, ou esperar que o mundo o faça?
Ser escravo do sistema, ou viver uma vida de projetos na esperança de alcansá-los?
Muitas perguntas, mas por hora só o que sei é que preciso me desvincular de tudo isso... E acredito que esta deva ser a lição que merece ser aprendida.

terça-feira, 26 de julho de 2011

#14 O Amor



O Amor é uma música em um dia de chuva, uma poesia, um soneto, qualquer coisa que transforma tudo a nossa volta, dando cor e forma para as coisas, antes descoloridas e sem brilho algum. O amor é arte, é a busca pela vida...

0/ Canais mencionados:
Yama: youtube.com/user/pqnosdetalhesdavida
Luiz Barotto: youtube.com/user/LuizBarotto

terça-feira, 28 de junho de 2011

#13 Barreiras


Me sentir parte de Alguma coisa, ter um lugar para chamar de casa e tapar o buraco negro que se tornou o meu coração. Essas três barreiras formam um elo e vem caracterisando os meus dias, ainda nulos e incertos, mas ainda meus... Querer que a vida seja diferente, buscar dias melhores, não são só questões que me marcam, sei que todos bebem um pouco desta fonte, mas também sei que buscar a certeza de dias melhores é o que mantém sonhadores como eu, vivos e ativos...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Amigos (por Oscar Wilde)

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

terça-feira, 31 de maio de 2011

Música e Nostalgia



E tudo se transforma em nostalgia. Sempre ao som daquela uma música especial, nos relembramos - em um misto de saudade e tristeza de alma - dos dias e das experiências que aquelas situações trouxeram para os nossos corações...



terça-feira, 10 de maio de 2011

26 anos e o que pode ser, mas nunca o é...

Vinte e seis anos, para alguns, novo ainda, mas para mim estes dois algarismos trazem consigo um espelho. Eu, como um homem (sempre preferi ser reconhecido como um garoto, mas eu cresci e preciso encarar isso), o que posso ser e ainda não sou:
Não sou o escritor que almejo ser. Busco a conclusão do meu primeiro projeto para poder finalmente dizer para mim mesmo quem eu sou de verdade.
Não encontrei um grande amor. Cada vez que busco a Aninha nos lugares que vou e por onde ando, eu a percebo longe, tornando a plenitude que é senti-la, cada vez mais rara e distante.
Estou mais longe do que jamais tive de quem eu amo. Repeli pessoas e sentimentos do meu coração, só para agora me descobrir profundamente triste e sozinho.
Não fiz ou tive nenhum filme feito por mim, ou para mim. A maioria dos cineastas, escritores, artistas em geral, já a muito se descobriram no seu vigésimo sexto aniversário.
Para hoje tinha programado um vlog especial para abordar alguns temas como a busca por quem somos, enquanto o tic-tac do relógio da vida marca seus ponteiros a sangue e fogo como rugas em nossas mãos cada vez mais cansadas.
Queria filmar trechos da conversa que iria ter com a minha mãe, com o meu pai, com minhas irmãs, meu primo, minha tia... Iria fazer um doc contando como os bens materiais, e a busca por um presente singelo, pode afastar os fantasmas da solidão em um dia como esse, mas por fim, a internet lenta de novo, o limite de 5 GB ultrapassado precocemente no mês de maio e o tempo que insiste em voar me deixaram exatamente onde estou agora, triste, sozinho e incapaz de exorcisar os meus demônios em um vlog que me acolheria em plenitude.
Me resta apenas esperar que os problemas práticos eu resolva ao longo da semana que, espero, me pegue mais ativo – trabalhar anda me cansando horrores, acho que estou me alimentando mal e isso ajuda a não nos sentirmos capazes. E quanto aos problemas que ser quem eu sou aos 26 anos de idade causam para mim, tenho um ano para não continuar o sendo em meu vigésimo sétimo.
Faz 26 anos que escrevo a mesma ladainha, ano após ano em blogs, diários, carteiras de escola, bibliotecas públicas, folhas de caderno. Eu sempre me queixo de não ser nada ainda, e sempre penso que para o próximo, eu hei de me achar.
Quando tinha tempo, não tinha paz...
Quando encontrei paz, me perdi no tempo...
Quando busquei a paz em um outro tempo, me encontrei sozinho e triste demais...
E que comece a contar o relógio do meu vigésimo sexto período, e espero que desta vez eu me baste.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Livros e Autores


Com Agatha Christie eu busquei aquilo que foi uma introdução ao mundo da literatura, mundo este que viria a me definir posteriormente de forma a querer me consolidar nele um dia, não só fazendo parte do todo em questão, bem como podendo estar no seleto grupo de autores imortais.
Dado a dose de mistério e lógica que esta querida autora injetou em minha pré-adolescência, busquei tempos depois não ficar à margem das grandes promessas e trunfos literários, estando sempre a buscar os grandes autores e mestres, e com eles aprender mais sobre a vida...
Devo a este seleto grupo de idealistas, entre eles: Thomas Mann, Herman Hesse, Dostoevsky, Clarice Lispector, José Saramago, entre outros, parte do que sou hoje, e graças a isso, um sonho de um dia chegar a ser como eles.

@marinaxisto
http://www.youtube.com/user/marinaxisto

@leandro_Zagui
http://www.youtube.com/user/omeninovelhovlog

Bianca @bvpisetta
http://www.youtube.com/user/sukiakih

@annalaurajacob
http://www.youtube.com/user/riscodeavalanche

Manuela @euvoucontarvlog
http://www.youtube.com/user/Euvoucontar

@prof_diose
http://poemeiro.posterous.com

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ilhado...

Quando pedi isolamento do mundo, ou que eu viesse a encontrar algum canto bem meu, perdido em alguma vila bem no sul de algum país europeu, eu não quis necessariamente, que neste cantinho em questão, eu fosse privado de um acesso descente a internet.
Porque mais do que simplesmente me conectar com o mundo, com meus amigos, com as pessoas com as quais eu gosto de conversar, poder estar ligado a rede, é o que mantem meus projetos vivos, meus sonhos e minhas buscas em voga...
Veja, a internet aqui é ótima, tão boa quanto a que tinha nos Estados Unidos, ou que os amigos têem aí no Brasil, tenho certeza disso, o problema é a casa onde moro, aqui não tem internet descente, acho que o vizinho já tem a conexão e como eu moro em uma divisão dentro do que seria uma mesma casa, logo, para puxar um fio para o meu quarto (visto que o processo seria muito demorado, já que na Alemanha não existem postes e tudo é subterrâneo) vai muito dinheiro. Este é o motivo principal de estarmos usando essas internets USB's, que - como todos sabem - só existem com um limite de conexão e download. O meu são míseros 2.5 GB, imagine só, o que fazer com isso apenas? Alguns vídeos no youtube, um upload no meu canal, e algumas Skypadas, pronto, estou na miséria, estourei a cota e eles baixaram drasticamente a velocidade, estou como internet discada, e vocês sabem, poucas coisas podem ser mais broxantes do que internet discada...
Caramba, o que eu tenho que aprender com mais esse Insight glorioso do destino? Virei um poço de expressão digital, saí em uma busca por inspiração pelo mundo, e acabei preso em uma vila no sul da Alemanha, ilhado de tudo, incapaz de me comunicar, trabalhando 11 horas por dia para depois não poder nem sequer me perder em algum filme de minha escolha; o quão romântico é isso?
Para poder ter o meu tão sonhado bom acesso a internet, preciso concordar em assinar um contrato de 2 anos com uma operadora local, dois anos para ter 10 GB por mês... E eu, deste jeito, vou saber onde vou estar daqui dois anos? Se continuar com essas questões, acho que vou estar na Polônia, rsrs...
Se bem que lá, acho que estarei mais bem servido de banda...
Caramba, isso é o que de pior poderia estar me acontecendo... Dia 19 deste mês, recebo meus 2.5 GB de novo, e daí sim, por uma ou duas semanas, navego de forma descente, mas até lá, ou mesmo depois, preciso pensar em um jeito para estar mais confortável nessa situação...
Ontem começaram os primeiros ataques de raiva no trabalho, nada sério, apenas uma vontade de sair gritando e chutando tudo, nada muito preocupante, mas é porque eu preciso deste contra balanço, desta pausa em tudo, destes bons filmes, seguidos por boas descobertas vloguísticas, enfim, de qualquer coisa que me desligue daquilo lá...
Eu tinha isso na rede, agora vou ter onde?
Desculpem a ausência galera, visitas nos blogs, comentários nos vídeos dos meus vloguers favoritos, enfim, eu queria poder estar acompanhando a todos, como bem gosto de fazer, mas desta vez estou de pernas e braços amarrados, ilhado, me obrigando a me isolar mesmo, até de vocês...
Vou tocando aqui e sempre que der apareço para um "oi"...
Não se esqueçam de mim, odiaria ter que me apresentar de novo e estragar todo o processo até aqui...
Ainda bem que ainda tenho o decálogo do kieslowski aqui comigo, e ele me supre por algum tempo, mas como o nome sugere, "decálogo" só são dez, e depois disso?
Vou precisar pensar em algo...
Estou aceitando ajudas e doações de livros, filmes e qualquer coisa que supre a alma...
Sabia que tinha que ter trazido o meu "Senhor dos Anéis" comigo...
Até mesmo a Lira faria alguma coisa mágica por mim aqui nesse fim de mundo...
Estar Ilhado é foda!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Alemanha


Minha busca me trouxe para uma pequena cidade em Bremen, Alemanha. A rotina nessa pacata cidade tem me fascinado, não pelo meu trabalho em si que carrega toda sorte de fatos dos quais me são bem sabidos, mas por uma estranha áurea de pureza e simplicidade que cada habitante carrega consigo. Desde os capuccinos matinais que alguns velhinhos tomam todos os dias, até a hora do sorvete que todas as crianças anseiam depois da aula, esta cidade vem ganhando um admirador às escondidas, disposto a contemplá-la, se deixando influenciar artisticamente e esperando alguma relevância com isso.

terça-feira, 15 de março de 2011

Encontros e Desencontros


Não se pode fazer um omelete sem quebrar os ovos"...

Essa é uma frase que levo comigo desde sempre e que em muito vem resumindo a minha vida. Para viver um sonho, precisei dizer tchau para uns e adeus para outros, vivi momentos de muita dificuldade, chorei bastante, e foi bom chorar... Agora é esperar as mudanças acontecerem, e analisar, no fim de tudo, se valeu mesmo a pena apostar na saudade...

Aconteceu...

Post relacionado com o vlog "Encontros e Desencontros" do canal Terceiros Fragmentos


Aconteceu de eu ir embora da Califórnia dia 10/03 último e dos Estados Unidos um dia depois, em um inquietante 11/03, não por menos um número que costuma reger minha vida com base em princípios básicos bem pessoais.
A despedida da califórnia trouxe tristeza e incerteza para o meu coração, não pelo fim de algo que poderia ter sido e que não foi, mas por, uma vez mais, me separar do meu pai, nesta que já se tornou minha trajetória pela vida em busca de me encontrar em mim mesmo, na arte que busco e principalmente no sistema que insiste em conspirar conta minha essência.
Mas meus fatos não falavam por mim quando eu decidi levar a idéia da ruptura definitiva com os Estados Unidos a sério, e digo isso fazendo menção ao fato de que o fazia, sem o consentimento de minha mãe, cujo relacionamento tinha se desgastado a ponto de enfrentarmos 5 meses de um não contato que me gelava a alma.
Sempre fui da máxima: Quer que a sua vida vá para a frente? Comece organizando as coisas a sua volta... Mas mesmo eu me fiz hipócrita neste conceito ao perder a amizade e o respeito da minha mãe. Não me coloco como culpado aqui, tampouco vítima, acho apenas que as coisas aconteceram porque era inevitável não acontecer e eu sinto muito por isso...
Mas aconteceu. Deixei o meu amado pai para trás e isso me causou um considerável número de lágrimas no aeroporto, e até um chek-in humano por parte da atendente que se comoveu em ver um marmanjo se acabando daquele jeito quase a ponto de molhar a camisa e se desfigurar por inteiro...
Mas como tudo, acabou, meu pai voltou para casa e desta vez sozinho (é isso o que mais me entristece a alma, ele sozinho lá e eu sozinho aqui... Porque diabos nós não podemos ficar sozinhos, juntos?)
O vôo originalmente marcado para às 11:45 teve um atraso recorde... Foram 6 horas de um chá de cadeira ninja, mais uma hora e meia de vôo por cima do aeroporto JFK pelo fato do piloto não ter permissão para aterrisar, tudo isso somado às 4 horas e meia padrão de viagem, totalisando inacreditáveis 11 horas de uma viagem que quando muito se faz em 5. 
Some isso a uma conexão perdida, uma mala extraviada, uma estadia - tudo inclusa - no chão do aeroporto, do lado da única tomada que tinha, carregando o meu cel, enquanto esperava dar 4 horas da manhã para abrir o guiche da companhia para eu remarcar a passagem; e você terá uma idéia do pesadelo que foi a madrugada de quinta para sexta...
(Vale ressaltar que acompanhei de perto a trajédia no japão, nesta mesma madrugada, enquanto ia contando quantos vôos iam sendo cancelados para Tóquio).
Mas levei tudo de boa, sabia que não faria mais conexão na Polônia e que por isso teria que encarar a idéia de adiar o meu sonho de pisar no mesmo solo que o Kieslowski pisou... Mas até aí tudo bem.
O que mais me incomodou, foi o que instantes depois pareceu ser a revelação de uma lógica incontestável do destino: O vôo que eu fui remarcado saia, estranhamente, às 5:30 da tarde daquele mesmo dia, e o que eu ia ficar fazendo em New York, lugar onde tinha vivido a maioria dos meus dias de escravidão americana, onde tentava conviver com a idéia de sair sem me despedir das poucas, porém inesquecíveis, personalidades que tão bem fizeram parte da minha história ao longo dos últimos 3 anos?
Pois logo entendi: eu tinha até o por-do-sol para reviver a magia de Mount Vernon, uma última vez, ajeitar as coisas com a minha mãe e, de quebra, comer uma última vez o pão de queijo do Nei.
E assim eu fiz. Cuidei dos detalhes da minha mala extraviada, liguei para o meu primo as 4:30 da manhã, o tirei da cama para ele vir me buscar no aeroporto, e tudo começou a se transformar, no que seria uma triste e cansativa viagem, em uma jornada de um dia em busca de reconciliação, despedidas, provas de amor e de carinho por partes de todos que aprendi a amar.
Desde o restaurante que trabalhei por longos dois anos, e os amigos dali, até uma passada rápida na casa do Hugo e da Érika, grandes fragmentos, tudo em companhia do meu primo Flávio, eu me diverti, ri e me emocionei incontáveis vezes... 
Nossa, como todos ali gostam de mim, e como ser querido assim faz bem pra alma da gente... Até meu antigo chefe quase se desfez em lágrimas quando me entregou seu e-mail me fazendo prometer que iria escrever sempre contando as novidades, mandando fotos e com isso treinando o meu inglês.
Mas foi ao momento mais delicado que eu guardei boa parte do pouco tempo que dispunha. Fui ver minha mãe. Me despedi uma última vez do meu querido primo Flávio, que desde o começo esteve comigo em quase todos os detalhes desta minha jornada pessoal, aguentando o meu mau humor, quando este se fez irresistível, e me pus a bater na porta da casa da minha mãe, às 9:45 da manhã, esperando e rezando para ser bem recebido.
Qual não foi a minha surpresa ao constatar uma mãe cheia daqueles cremes faciais, e perdida em lágrimas me abraçando e me abençoando, levantando às mãos em prece, agradecendo por me ver antes de ir embora.
Chorei muito cara, precisava disso... Filho tem que estar bem com mãe e pai, e isso é uma regra básica da vida... 
Conversamos, rimos, saímos, tomamos café juntos, fomos no trabalho da minha outra irmã para eu me despedir, voltamos ao restaurante de outrora para comermos, ganhei uma refeição e um último Monster por conta da casa, e depois de muito procrastinar, corremos para o aeroporto, onde acertamos os detalhes da mala extraviada, fizemos um último check-in e nos perdermos em lágrimas uma úlitma vez. 
Foi bom despir por completo a imagem de horas atrás de um rapaz sozinho em um aeroporto, de frente para o portão de desembarque 14A, que, ironicamente, a três anos atrás, me acolhia em solo americano.
Era melhor assim, com lágrimas de check-in humano...
E aí sim, o vôo para a Itália se fez calmo, com a alma lavada, dormindo como nunca dormi em um vôo, o sono dos sem turbulência.
Uma pena três anos de Estados Unidos terem tantos altos e baixos, mas de certo modo eu sou grato a terra do tio Sam. Me preparou como ninguém para a dura realidade dos fatos da vida, e na última hora me concedeu uma última tarde com todos, isso mesmo, todos os meus amigos, porque todos apareceram ali, seja por coincidências, sejam por ligações feitas escondidinhas, seja por obrigação, eu dei um abraço em todo mundo, e isso me fez muito bem.
E agora sim eu estou pronto...
Que venha a Europa e as cenas dos próximos capítulos, =)

terça-feira, 8 de março de 2011

How can you stay outside?

Quando eu fiz o vlog sobre personalidades, eu mesmo não me ative a profundidade da questão. Fui feliz em devaneios, porque os sei ser, mas jamais poderia me ater para o que busco em essência, porque está na essência de tudo, todos os segredos das coisas no mundo.
Se olhassemos de cima, veríamos um quadro pintado, cheio de tons de cinza, transparentes e brutos, e não veríamos vida. Não veríamos os cachorros a latirem, as crianças a brincarem, as músicas a colorirem o todo; não, veríamos somente uma escala de cores simplistas, nada nem muito profundo e nem muito pessoal.
Mas se fixássemos nossos olhos, poderíamos ver pontos de luzes e cores a discorrerem do todo, fugindo do compasso, se perdendo na obra em si e se esbaldando em vida... Sim, veríamos essências perdidas por aí, pingando, e seriam várias.
Para essas essências poderíamos dar o nome de personalidades, e seria maravilhoso vê-las brincar por aí, se perdendo em noites de carnavais, em poemas singelos, em amores não correspondidos, em devaneios existencialistas e em tentativas de se expressar... Porque estranhamente esses pontos querem se expressar, parecem gritar para o mundo e a todo momento, porque eu acho que às vezes eles se sentem terrivelmente sós, e precisam de alguém para conversar. 
Daí eu me pergunto, desistindo de olhar de cima para baixo e passando a fazê-lo de baixo para cima. O que nos faz coloridos? Cheios de vida, soltos por aí, nos perdendo em si mesmos, fazendo a vida desmentir a razão?
Porque nascemos para gritar? E porque gritar parece ser só o que sabemos fazer?
Porque parece que estamos do lado de fora do trem, da festa, da loja de conveniências...
Vagamos sós, não sendo um ponto frente ao imenso mozaíco, não por missão de vida, mas porque não sabemos ser outra coisa.
E por vezes, alguns pontinhos se chocam, se quebram, se fragmentam, porque não são pessoas, são pontinhos, e estes são essências, e são elas que vagam pelo mundo sem precusar fazer sentido pleno, mas o fazendo. 
E sempre que se encontram e transformam a pintura pálida em paletas de cores raras perdidas por aí, o todo se faz mágico, e a mágia se faz presente...

sábado, 5 de março de 2011

Personalidades... Parte 2 (Corrente das 5 Coisas)


 A questão fundamental desta continuação, segue a corrente das cinco coisas que ninguém sabe sobre mim - com um adendo - que de certa forma definiram a minha personalidade...
Algumas horas, devido a alguns assuntos serem bem pessoais, meio que me foge a oratória, mas eu não me importo, não mais... Eu sei que para algumas pessoas queridas, alguns assuntos aqui, como o bullyng na escola, podem ser uma novidade não muito agradável, mas a coragem de expor assuntos como este em vídeo, traz a essência da proposta desse canal implícita em todo o seu contexto... Por isso, mesmo sendo difícil, eu o fiz...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Carta

Carta escrita para uma amiga, sobre o choque cultural e suas variáveis, em 3/3/2011, via Facebook

Minha querida... No meu blog, escrevi um post, o qual entitulei "depoimento", e originalmente o era de fato, e para você... Acho engraçado e um tanto quanto estranho nossas mentes, de uma certa forma, procurarem abrigo um nas palavras do outro...
Eu me espelho na europa, não sei porque, pelos mesmos motivos que talvez você insista em ficar; esperança de encontrar alguma plenitude. Mesmo sabendo que o problema não está no país em si, mas dentro da gente, a gente segue buscando essas questões, como se a fossemos encontrar do lado de fora, em algum lugar novo, um lugar que o cinema ajudou a rotular como lindo e mágico.
O pior é que eu sei que eu não vou encontrar nada aí, sei da minha ilusão, mas isso é tudo o que eu tenho. Estou indo para aí, possívelmente para trabalhar em uma sorveteria na Alemanha, sem folga, em condições piores que aqui... Mas é que aqui eu não aguento mais, preciso acreditar nessa ilusão, vive-la, e busco na minha arte, meus livros, esses vídeos tolos, qualquer coisa que me redima, alguma maneira de poder viver a plenitude das minhas histórias...
Você sabe o meu dilema, ele é sério, jamais terei o amor que procuro, e o único capaz de me saciar, fico sublimando isso, e preciso seguir buscando, seja lá o que for, porque o dia em que parar, eu simplesmente vou acabar...
Eu te entendo, talvez seja a única pessoa capaz de fazê-lo, não tenho conselhos, a vida é barra. Vendo você aí, assim,  eu me enxergo, daqui a alguns meses, e eu sei disso, mas por hora, vou me apegar a idéia de que alguma coisa vai me bastar, alguma coisa vai fazer tudo ser menos penoso aí do que o é aqui, e que - pelo sim ou pelo não - eu vou encontrar o que procuro, seja lá o que isso for...
Chego na Itália dia 11 de março, daqui a uma semana, e espero poder, um dia, te encontrar, para quem sabe, abrandarmos nossos corações...
O mundo é cruel amiga, especialmente para nós, exemplares sonhadores...




Personalidades... Parte 1


Geralmente eu posto o vídeo, mas este vou deixar apenas o link, porque, infelismente, não consegui colocá-lo aqui: 


Pode o que nos forma e nos define, também nos assustar? Seriam as nossas personalidades o motivo que nos separa, e implaca um mundo intolerante e preconceituoso?
O que sei sobre as personalidades e as pessoas em geral, é que - na grande maioria das vezes - eu me apaixono por todos aquelas, cuja personalidade intrínseca ao indivíduo em questão, se derrama pra fora, formando uma poesia em forma de ações, que não só a definem, como a individualizam perante o todo... Reside nisso alguma plenitude, indefinida em um primeiro momento, mas que vale a pena ser buscada.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Depoimento

depoimento via orkut, escrito e jamais emviado em 22 de fevereiro último...

Oi, como vão as coisas?
Por aqui as coisas estão indo de mal a pior. Eu não consigo mais aguentar esses trabalhos que não significam nada... Arrumei emprego de churrasqueiro em um restaurante que abriu aqui. Devo ser o primeiro churrasqueiro vegetariano na história... Deve ser mal de criação, eu simplesmente não consigo me acostumar a trabalho nenhum, tenho um problema sério de adaptação em tudo que eu faço que não significa nada para mim. Sou daquelas almas perturbadas e confusas, capazes de criarem questões fundamentais e analíticas, mas incapaz de cortar uma carne, ganhar o dia, e ficar satisfeito com isso.
Caramba, como tudo, agora eu começo a pensar em fugas eficazes para abrandar esses sentimentos tolos, algo como ir para a europa, e que se foda, mas daí lá também eu encontraria serviços que não significam nada... Preciso de alguma saída, alguma coisa minimamente proveitosa, de modo a poder investir em mim. Mas não sei o que.
Sair agora implicaria em desistir de tudo, mais uma vez, começar do zero, e por mais que a minha alma peça isso, eu já começo a enxergar a necessidade de criar raízes em algum lugar, mas por outro lado, definitivamente eu não as quero aqui...
O que fazer?
Beijos no coração!


Embarco para a Itália no dia 9 de março de 2011... Espero estar fazendo a coisa certa...



sábado, 19 de fevereiro de 2011

(8) Liberdades



Definir liberdade em todas as suas variáveis, é algo extremamente difícil, ainda mais em 140 caracteres. Agradeço aos amigos que me proporcionaram todo o insight necessário para assimilar a ideologia por detrás da palavra, e principalmente por somarem à minha experiência virtual doses incalculáveis de profundidade, amizade, respeito e afeto... 

@MarisaInTheSky
@silvioheifer
@Aladriehl
@bvpisetta
@YamaJP
@dougelias
@camaracarolina
@CapellaCapella
@Poetdaescuridao
@Aline_Psique
@marinaxisto
@isaword
@fabriciomalves
@leandro_zagui

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ansiedade...

Este talvez seja o meu post mais pessoal, até agora. 
Aqui não serei tão subjetivo quanto costumo ser... 
É muito pessoal porque eu odeio ser assim, mas eu sou, e eu tenho estes ataques de ansiedade.
Eu não demonstro, não é uma coisa que eu faça em frente às pessoas, também não tremo quase a ponto de me perder em mim mesmo, não... Eu apenas sinto um profundo medo e agonia, eu apenas sigo relembrando aquele dia quando lia na missa, e me esqueci de uma leitura, e todos ficaram parados me olhando sentar, e depois levantar de novo e ir me desculpar, sem maiores problemas...
Ou quando não tinha roupa limpa, ninguém tinha lavado, e eu ia para a escola morrendo de medo de sentirem o cheiro de roupa suja, que emanava de mim, ou pelo menos eu achava que emanava...
Amanhã eu começo no restaurante, e eu simplesmente não quero... Não quero, e não deveria ter que ir... Eu fui ajudar a minha família, perdi parte das minhas reservas, eu poderia estar livre disso, mas não estou, e eu me culpo por isso... Amanhã, estarei na frente de todos, trabalhando horas a fio, sem tempo pra mim, como de costume, e eu simplesmente odeio isso...
Odeio ter que podar minha natureza, não saber lidar com nada, ir trabalhar em alguma coisa que não faz sentido nenhum para mim... Sou vegetariano, droga, não deveria ter uma lei me impedindo de trabalhar com carnes?
Para a maioria das pessoas é fácil, elas não tem a merda de um anjo falando em suas cabeças todos os dias, não carregam no peito a maior dádiva da vida, não são profundas e essencialmente perturbadas...
Me peça para escrever livros e mais livros, me peça para dissertar sobre a arte nas coisas, e as coisas na arte, me convide para filosofar, me de 15 livros para ler, e eu farei isso...
Mas então porque me pedem tanto para lidar com pessoas, ser profissional e responsável? Porque me tiram a arte e o tempo livre para assimila-la?
Um filme agora apenas antecipa o inevitável, tento fixar a idéia de que eu tenho uma noite de sono ainda pela frente, planejo o despertador para acordar três ou quatro vezes durante a noite só para que eu fique feliz e possa dormir de novo. Acordo de uma vez por todas, amarro os sapatos e assassino tudo dentro de mim entre "ois" categóricos e dissimulados...
Avalio a situação e ao término do dia, durmo o sono dos exaustos e dos vazios de essência...
Acordo depois de amanhã, e a rotina é sempre a mesma...
Vez por outra me apaixono por alguém que entra na churrascaria, e vou para o banheiro limpar o cheiro horrível de carniça de minhas mãos...
Depois volto para me sujar de novo...
E assim será para sempre, desde amanhã, até o dia em que me ver livre de tudo...
Nessas horas me arrependo. Deveria ter ficado no primeiro inferno, onde os ataques já tinham diminuído e eu só tinha o stress e a úlcera para lidar...
Estaria livre já... 
A culpa é do destino, que armou essas e outras para mim...
Eu preciso que todos entendam, de uma vez por todas, que eu não quero minhas mãos cheirando a carne, eu quero e preciso do meu espírito cheirando a rosas...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

... 7 palavras



Palavras...
Eu quero ser escritor, não pela tranquilidade de uma vida autônoma, ou pelo status de fazer parte de uma classe predominantemente intelectual... 
Não por isso, mas porque - para mim - as palavras são mágicas...
Quando estamos tristes, sofrendo por algum motivo, sentimentais, nossos textos absorvem essa energia, e o que era para ser um desabafo, ou apenas algumas linhas soltas, se tornam fontes inesgotáveis de energias, captadas diretamente de nossas essências atribuladas.
O bom escritor é caótico, melancólico, sozinho... Sim, existem outros tantos, de tantas outras maneiras diferentes, mas as energias que realmente merecem ser captadas, e as que são capazes de propagar mudanças, estas advém da tristeza da alma humana, advém de nossas fraquesas e limitações...
A escrita é uma forma de arte que nos permite um diálogo sútil e relevante com nós mesmos, e - assim como toda expressão artística relevante - contém os segredos do universo.
É por isso que eu quero ser escritor...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Essa maldita luzinha...

Se eu parasse para escrever alguma coisa aqui, com que intensidade sairia?
Eu acabei de ver um filme, e estou profundamente tocado...
As palavras podem realmente fluir através da gente?
Se sim, vamos lá:


Queria poder conversar com Deus, queria que ele me escutasse, e não me ignorasse, porque, é sério, eu já desisti de tentar, porque eu odeio essa terrível sensação ao término de uma oração de que eu estou falando sozinho... 
E eu sei, eu sei que estou falando sozinho, é claro que sim! Qual a lógica de se fechar os olhos e esperar uma energia fluir dentro de você. Essa energia não é Deus, essa energia são suas malditas ondas celebrais que se abaixam e passam essas sensações para você...
Não, não é um Deus que faz elas abaixarem, porque senão, Gugu e Faustão seriam deuses também... É o mesmo efeito de um domingo a tarde, ou de um sábado a noite em frente a TV.
Eu só queria que houvesse alguma coisa a mais do que simplesmente o nada de sempre.
Caramba, ele não existe gente, estamos sozinhos aqui e isso é fato...
...


Mas então porque mesmo assim, mesmo tendo certeza de tudo, ainda sinto aquela luzinha no fundo do meu coração, manchada em tons de ouro, uma luz definida e bem intensa para o seu tamanho, porque a sinto e isso parece me bastar?
A ciência deve explicá-la e eu sei que deve, mas eu a tenho aqui, e mesmo sabendo que é uma ilusão, eu sigo acreditando nela...
Deus não existe, eu sei que não...
Mas essa maldita luzinha sim...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

... 6 sentidos



Vida, família e amigos...
Nada parece fazer sentido quando estamos perto deles. Nós buscamos nossas fugas, nossas solidões, achamos que nada e nem ninguém é capaz de nos entender.
Não que esteja errado em minha análise, eu acho mesmo que nada e nem ninguém pode me entender, mesmo a vida tendo me presenteado com um bocado deles, eu sigo rumo a qualquer coisa que seja maior do que simplesmente estar perto de quem se ama.
Aí eu me perco, diversas vezes, em diversas paisagens, por diversas nuvens em diversos céus diferentes. Como uma amiga um dia me disse, "não querendo ser apenas um ponto, frente ao imenso mozaico".
E então a gente vê neve, a gente imagina conversas das quais nunca imaginou ter, grava algumas, lamenta outras, brinca e brincar faz sentido na vida.
Descobre um monte de gente que pensa igual a você, descobre sua praia, sua origem, define paradigmas, e se localisa em algum título que a gente mesmo se dá, mas que passa a fazer toda a diferença...
Amigos e família, salvo algumas raras excessões, nunca os tive muito tempo por perto, e sinceramente acho que a culpa não é só minha.
Mesmo a ausência tem lá suas energias vitalícias, e eu acredito que tinha que aprender, que tinha que ser assim. Porque mesmo na tristeza de uma ausência, se encontra qualquer coisa de sentido, algo quase pleno, que não cheira a plenitude, mas é quase como isso...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sobre ser o maior escritor do mundo...

Quero ser capaz de escrever a história mais linda e fantástica que o mundo já concebeu...
Não, ela não será sobre as banalidades do amor, embora deva a este toda a minha inspiração.
Também não seriam os personagens seres  privados de conciência - bons e vazios - não, seriam todos regados com qualquer coisa de maldade e muito, mas muito drama.
Não gostaria de fazer ninguém rir com ela, mas a natureza dos fatos e o mundo em si, faz tudo ter a sua cota natural de comédia.
Não queria nada sendo regado a fé e dogmas, mas brincar com isso teria a sua genialidade.
Gostaria de brincar também com a questão da profundidade de cada ser humano, sem deixar isso em aberto.
E por fim, gostaria que tivessem anjos e demônios, vales de luzes e de sombras, oceanos de medos e desertos de incertezas, tudo em meio a reflexões pessoais, metáforas poderosas e muita, mas muita ação, que seria para juntar a todos de uma maneira bela e fabulosa...
Um dia... 
Um dia, o mundo vai conhecê-la, e pelas minhas mãos eu e a minha Aninha, faremos fantasia!
Afinal é por isso que se vive uma vida... E é por ela que se vale a pena morrer...