terça-feira, 30 de agosto de 2011

#15 Cinco Filmes parte 1/2


A primeira parte sobre os cinco filmes que me definiram... Nesta, três das cinco obras mais relevantes para mim ganham destaque e oferecimento. 
Da pioneira e premiadíssima obra de Steven Soderbergh, passeando pela gloriosa atmosfera lírica de Rebecca Miller, até terminar na genialidade de Hirokazu Koreeda. 
Para estes sou só elogios.

Me indicou:

Os filmes (IMDB):
Sexo, Mentiras e Videotape: http://www.imdb.com/title/tt0098724/
O Mundo de Jack e Rose: http://www.imdb.com/title/tt0357110/

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ser capaz...

A vida poderia ser um sonho bom, talvez um videoclipe perfeito, que combina a imagem com a música, e nos faz diferentes de tudo, simplesmente capazes de tudo, até mesmo de voar...
Seria muito bom me sentir diferente para variar, ter admiradores, ser vivo, não a projeção preta e branca de um filme mudo que me faz triste em essência.
Penso que essa tristeza de alma um dia percorrerá folhas em branco e me encherá de orgulho de mim mesmo. Penso na nobreza de dias de paz ao som de qualquer coisa lírica, onde a tristeza de uma música qualquer, será a combinação de meus dias de glória e a trajetória das minhas palavras de ação...
Ouso desejar a realidade dos meus planos, de parar de acreditar no tempo, de esperar a chuva inundar um quarto com seu cheiro bom para dormir. 
Quero o sono mágico dos que ousaram fazer alguma coisa com suas vidas. 
Quero a morte não com medo, busco uma eternidade para morar comigo, como o silêncio entre uma e outra música, daquele cd de outrora, que soube me lançar para fora de mim, e buscar a inspiração dos dias em que me sinto capaz...


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dependências...

Não a química, mas igualmente destrutiva, a dependência psicológica para com uma idéia, ou um vínculo que possuímos com alguma coisa, pode representar uma transgressão moral e uma constante negação àquilo que acreditamos ser o certo.
Sendo menos científico e mais pessoal, quero falar sobre quando acordamos e percebemos que tudo em nós faz uma mesma pergunta, inquietante e agressiva: "Porque este trabalho?"
É fato que devo a esta minha insatisfação pessoal e profissional, a ausência de uma carreira no Brasil, o começo tardio no mercado de trabalho e até mesmo a desistência da faculdade de jornalismo, hoje um grande arrependimento.
Pela vontade de vender os meus dias por um punhado de dinheiro rápido, pelo sonho de publicar as minhas obras de forma independente, ou de poder comprar um apartamento, sigo me perdendo ao longo de três anos entre trabalhos que chegam a exaustiva carga horária de 65, às vezes 70 horas semanais, sem significar nada.
O trabalhador que sai do seu país e corre pelo mundo é explorado de forma direta. A mão de obra de um brasileiro, tendo em vista a realidade do nosso país, é geralmente muito convidativa para um americano, ou europeu. Afinal, que brasileiro que não quer ganhar $500,00 dólares por semana, cerca de R$1000,00 semanais, ou R$4000,00 mensais? (o que aqui para um americano, ou europeu bem preparado, é considerado um salário por vezes baixo).
No Brasil, esta realidade não é para qualquer um, e por isso nos sujeitamos a toda sorte de trabalhos, muitos destes exploratórios, como o que tive sendo faxineiro, quando limpava supermercado madrugada adentro, sem uma folga sequer, quase a um ano sem dormir de noite.
Chega um período que tudo o que queremos é tempo para escrever, nosso lazer, enfim, nossos projetos. Mas daí acontece algo estranho, e quando percebemos - talvez por culpa dessas tantas crises econômicas mundiais - estamos presos psicologicamente às nossas rotinas e consequentemente a esse vazio existencial que nos permeia.
E é aí que estou agora...
Quando ousei um pouco, me permiti - graças a uma condição fincanceira estável - arriscar, mudei de trabalho e de estado, indo de Nova York até a Califórnia, deixando tudo e a todos para trás, acreditando em dias de paz, e fui severamente punido pelo sistema, perdendo quase tudo o que tinha conseguido em um ano e meio de trabalho em um restaurante.
Agora, mudei para a Alemanha, estou conseguindo me reerguer, mas queria poder negar isso, mudar, investir em mim, mas a realidade dos meus dias, o medo, somado a esse meu trauma, fazem com que eu sinta pavor de abandonar este que é um trabalho que nada significa para mim, e por isso é triste.
Quando viveremos em uma realidade que não ousa punir jovens mentes pensantes, só querendo influenciar e ser influenciado pelo mundo, mas icapazes de fazê-lo devido a trabalhos banais e sem importância?
Quando decidiremos investir no agora e não pensar no futuro, acreditando que dias melhores virão?
Eu hoje procuro vencer a barreira do medo na certeza de que outra realidade me será favorável, mas a questão é: será mesmo?
Compensa largar tudo em pról de uma aventura, ou vale a insatisfação de uma realidade financeiramente estável?
Investir a gente na gente, ou esperar que o mundo o faça?
Ser escravo do sistema, ou viver uma vida de projetos na esperança de alcansá-los?
Muitas perguntas, mas por hora só o que sei é que preciso me desvincular de tudo isso... E acredito que esta deva ser a lição que merece ser aprendida.