quarta-feira, 2 de maio de 2012

Pelos amigos que eu tenho, pelos que não tenho e, mais ainda, por aqueles que gostaria de ter...

          Se eu fosse pensar em uma benção, não divina, mas aleatória, uma dessas que a gente acorda um dia e descobre que tem, eu falaria qualquer coisa sobre meus amigos.
          Vivi vários momentos distintos da vida, entre viagens e rotina, e em todos, sem exceção, eu os encontrei, não como troféus a quem almejo bajular com um post de blog, não isso, mas por que eles se tornaram extensões de mim, e porque, com eles, quase sempre vivi momentos turbulentos, divertidos, mas sempre muito, mas muito profundos.
          Eu os separo em categorias e em momentos que vão de triviais e passageiros, até os mais expressivos e marcantes... Mas todos, sem exceção, me são utéis.
          Eu não saiu, não gosto, sou recluso, anti-social mesmo, mas estranhamente eles vêm até mim, mesmo virtualmente, e quando chegam, sejam por quais momentos, eu sempre descubro qualquer coisa sobre mim estando com eles; e sabe do que mais? É quase sempre como se essas coisas tivessem que acontecer. Como páginas de um livro que eu vou lendo devagar, mas que não é sobre eles, é sobre mim sendo sobre eles...
          Eu sei que a maioria das amizades é assim, e as minhas não se diferem, certo? Errado...
          Esses amigos são mesmo especiais, e nossa, como a soma do todo deles é instigante. Nunca é somente um sambista de esquina, rockeiros de plantão, homossexuais cheios de questionamentos, ateus em discórdia, sonhadoras que escrevem bem pra caralho ou professores de faz-de-contas... Acho que parte do meu dom, é percebê-los assim, diferentes, únicos, transcendentais.
          Dá para se acreditar em alma vendo-os divagar.
          Como filmes em uma prateleira, ou livros em uma estante, eu os coleciono e espero jamais perdê-los.
          E para os que eu consigo destravar o meu lacre de segurança, que não envolve somente o ato de pensar, mas principalmente, o porque de se pensar, eu os atraio para o abismo do meu coração, e qual não é a minha surpresa quando cada um deles, sem ao menos exitar, dá a mão para o outro e pula comigo, over and over again...
          Nunca nenhum deles se recusou a pular comigo.
          Já levei a todos para o negro do meu coração, que a nível de essência, os transforma em personagens singelos da vida, e os afoga nas emoções dos livros que ainda vou escrever...
          E para aqueles que ainda almejo, ou que de certo modo ainda farão parte dessa história, espero encontrá-los em breve, porque eu não me canso de esperar que eles cheguem, dando sentido, cor, forma e brilho a tudo.
          Como uma amiga, que ainda não é amiga, me disse ainda a pouco, mesmo sem saber que me disse: "(...) o relevante mesmo é o sentido que procuramos não fazer (...)"
           And that is for sure!


ouvindo: The Bourne Supremacy OST - "Moscow Wind Up"