sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Folhas em branco...


Quando eu penso sobre a minha vida, eu me assusto um pouco… Meus devaneios me levam para caminhos pelos quais não sei como, ou quando vou percorrer.
Acabo quase sempre buscando tradução em algum bom filme, ou me convencendo – entre uma canção e outra –  que dias melhores virão.
Eu mudei, e dentro de mim me abri para uma vida mais nova e excitante. Sei que estou perto de algo, mas não sei bem o que. Minhas obsessões são agora mais minhas, e eu quase que consigo controlar meus impulsos mais primitivos.
O destino quer ser bom para mim, mas eu queria ter a oportunidade de me calar frente a alguma coisa. Como eu disse uma vez, eu só sei o que sinto, e sinto as coisas de forma mais clara e coerente agora.
Está perto o dia em que acontecerá o que tem que acontecer. O universo conspira e as artimanhas do destino se fazem valer em perseverança, deixando-se notar mais agora do que nunca.
Não gostaria de ser apenas palavras bonitas jogadas em uma folha em branco...
Tem dias que me distancio de alguma coisa, outros que sinto estar no caminho certo. Eu me afogo em minha própria profundidade, e se existir algum caminho a ser percorrido, que este seja iluminado, nem que por velas, sombreando qualquer coisa que lembre uma trilha.
Eu vou por aqui, e por hora me calo. Se houver qualquer coisa que precise ser dita, vou me alfabetizando em mim mesmo, e quando o universo, as estrelas, a lua e o mistério do cotidiano se fizerem valer, farei de minhas decisões minhas certezas, e de minhas folhas em branco, algo que valha a pena ser preenchido.
Aqueles olhos, aquelas mãos, aqueles pés a tocarem o solo, aquela voz rouca, a lentidão harmoniosa de seus pensamentos e a inocência em seu sorriso juvenil sempre me bastaram, mas agora o que me basta?
Estou eu chegando há algum lugar, ou neste labirinto que se tornou as minhas incertezas, nunca estive mais perdido que agora?

“Perguntas faço
Respostas eu almejo...
Estará em minha inocência
O meu destino e recomeço?”

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"Primeiro Terceiro Fragmento"


Ok, eu sou complicado... Não sou alguém capaz de enxergar nada muito engraçado no cotidiano, pelo contrário, acho o cotidiano um saco com suas rotinas e tudo o mais. Acredito que o mundo dos vlogs carece de um pouco mais de subjetividade, e porque não dizer essência e profundidade...
Estou começando a me aventurar por esse mundo, esperando encontrar na simplicidade da palavra certa a teoria perfeita para explicar o meu mundo, o meu caos, a minha profundidade, a minha filosofia...
Espero, com essa abordagem inovadora, ser de algum diferencial...
No mais, é esperar para ver quantas pedras vão me arremessar...
Se é que alguém vai se dar ao trabalho de me arremessar alguma coisa...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Tratado...

               O que de fato eu tinha que entender com essa minha vinda aos Estados Unidos da américa? Mais precisamente, com essa suposta ruptura à zona de conforto cheia de gomas de mascar, energéticos, cigarros e chocolates caros?
                Estou perdendo a capacidade de me expressar, me perdendo no terror psicológico do dia de amanhã, e – mais ainda – me tornando o que sei não ser o importante e certo.
                Me diga nobre amigo, você acredita que em algum momento, na vida daqueles que realmente podem fazer alguma diferença, aparece a necessidade de ruptura fria e definitiva com aquilo que sabemos não importar?  Você acredita que as almas livres podem ser de fato livres e maiores do que suas obsessões, avarezas, famílias, medos e inseguranças?
                Desde quando me perdi dentro de mim e enxerguei minha vida como uma negação de propósitos, sejam eles familiares, sejam eles extensões de mim mesmo, eu recebi a oferta de me mudar para a califórnia como o marco zero de um novo começo.
                Neste propósito abandonei minha família e vim me perder longe deles redescobrindo a saudade, o medo, a insegurança, o cansaço e a avareza como fortes traços de uma personalidade tão perturbada que já não cabia mais em mim, já estava me sufocando, e de fato perecer a isso seria natural e subsequente.
                E pelo firme propósito de extender o que não era geográfico, e sim inerente a minha personalidade, redescobri o aqui e o agora de outrora já tão manjado que o marco zero de um novo começo, era – tão só e simplemente – mudanças de ares, personagens e histórias...
                Nunca fora minha casa o problema, minha mãe estranha e cansativa, minha família torta, mas minha, não... Tampouco meu quarto de dormir, meu emprego tolo e fútil, minha ocupação broxante e sem lógica, minha energia e juventude tirada de mim... Não, meu problema sempre foi o que eu decidi fazer com a minha vida. Ninguém nunca percebeu o quanto sofria, porque na lógica capitalista sempre fiz o certo, mas até quando, me pergunto?
                Até quando vou seguir trabalhando para ninguém, negando lugares e pessoas que me darão algum sentido? Até quando vou me perder em histórias paralelas que não as minhas? Gastrites e dores de cabeça sem importância?
                Porque mesmo sabendo que estou morrendo a cada dia, mais e mais, eu sigo lutando por uma eternidade que não é a lógica?
                Não amo e nem vivo intensamente, me perco em sites bancários, penso no amanhã, e como tarda o amanhã. Jogo video-games e vejo filmes como única forma de prazer pleno, e assisto a videologs como que buscando uma nostalgia que vale a pena ser buscada.
                Seria a perda de meu último emprego (como podem vegetarianos serem tão perversos e mesquinhos? Como posso eu me tornar um deles?), a luz a me iluminar? Seria essas linhas tortas do destino, as que me ensinariam a lógica do meu sistema, mesma lógica essa que inevitavelmente viria a mim caso o marco do novo começo não alsace voo. Seria uma inesquecível amiga, o anjo a cumprir com suas palavras, quando a mesma disse que me ensinaria propósitos mais firmes e válidos na vida do que o dinheiro que possuímos, ou o que sonhamos possuir com o nosso dinheiro?
                Pelo sim ou pelo não, hoje entendi a vida e o perigoso jogo que é viver, aprendi a gerenciar os capítulos certos, e principalmente a não adiar o amanhã, buscando sempre o hoje.
                Ninguém precisa mais de mim agora do que eu mesmo, e por isso vou redescobrir o mundo, e seguir o firme propósito de um novo começo...
                Contando a partir de hoje, vou buscar a vida como forma de sonhar, e nas noites encontrar o sentido para o dia.
                Preciso reencontrar aqueles olhos, fazer valer as minhas histórias, que nada mais são do que resumos de mim mesmo, ainda um rascunho, um projeto, que precisa valer a pena ser escrito...
                Hoje fui encontrar dentro de Dostoievsky uma antiga carta que uma inesquecível amiga me escreveu. A oito anos atrás eu sentia tudo com tanta intensidade que não encontrava palavras para descrever o que sentia, hoje que as encontrei, já não sinto mais nada...
                Por essa carta e por nada mais, preciso reecontrar o que perdi, traçar o novo capítulo da minha vida, e fechar de uma vez por todas esse livro tedioso que se tornou o hoje.
                Por essa carta preciso me redimir comigo, e buscar o que acredito ser o certo. Ter em um trabalho apenas uma segurança necessaria, e nunca mais deixar nada e nem ninguém ficar entre o que a arte e a vida me ensinaram a contemplar...