sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Depoimento

depoimento via orkut, escrito e jamais emviado em 22 de fevereiro último...

Oi, como vão as coisas?
Por aqui as coisas estão indo de mal a pior. Eu não consigo mais aguentar esses trabalhos que não significam nada... Arrumei emprego de churrasqueiro em um restaurante que abriu aqui. Devo ser o primeiro churrasqueiro vegetariano na história... Deve ser mal de criação, eu simplesmente não consigo me acostumar a trabalho nenhum, tenho um problema sério de adaptação em tudo que eu faço que não significa nada para mim. Sou daquelas almas perturbadas e confusas, capazes de criarem questões fundamentais e analíticas, mas incapaz de cortar uma carne, ganhar o dia, e ficar satisfeito com isso.
Caramba, como tudo, agora eu começo a pensar em fugas eficazes para abrandar esses sentimentos tolos, algo como ir para a europa, e que se foda, mas daí lá também eu encontraria serviços que não significam nada... Preciso de alguma saída, alguma coisa minimamente proveitosa, de modo a poder investir em mim. Mas não sei o que.
Sair agora implicaria em desistir de tudo, mais uma vez, começar do zero, e por mais que a minha alma peça isso, eu já começo a enxergar a necessidade de criar raízes em algum lugar, mas por outro lado, definitivamente eu não as quero aqui...
O que fazer?
Beijos no coração!


Embarco para a Itália no dia 9 de março de 2011... Espero estar fazendo a coisa certa...



sábado, 19 de fevereiro de 2011

(8) Liberdades



Definir liberdade em todas as suas variáveis, é algo extremamente difícil, ainda mais em 140 caracteres. Agradeço aos amigos que me proporcionaram todo o insight necessário para assimilar a ideologia por detrás da palavra, e principalmente por somarem à minha experiência virtual doses incalculáveis de profundidade, amizade, respeito e afeto... 

@MarisaInTheSky
@silvioheifer
@Aladriehl
@bvpisetta
@YamaJP
@dougelias
@camaracarolina
@CapellaCapella
@Poetdaescuridao
@Aline_Psique
@marinaxisto
@isaword
@fabriciomalves
@leandro_zagui

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ansiedade...

Este talvez seja o meu post mais pessoal, até agora. 
Aqui não serei tão subjetivo quanto costumo ser... 
É muito pessoal porque eu odeio ser assim, mas eu sou, e eu tenho estes ataques de ansiedade.
Eu não demonstro, não é uma coisa que eu faça em frente às pessoas, também não tremo quase a ponto de me perder em mim mesmo, não... Eu apenas sinto um profundo medo e agonia, eu apenas sigo relembrando aquele dia quando lia na missa, e me esqueci de uma leitura, e todos ficaram parados me olhando sentar, e depois levantar de novo e ir me desculpar, sem maiores problemas...
Ou quando não tinha roupa limpa, ninguém tinha lavado, e eu ia para a escola morrendo de medo de sentirem o cheiro de roupa suja, que emanava de mim, ou pelo menos eu achava que emanava...
Amanhã eu começo no restaurante, e eu simplesmente não quero... Não quero, e não deveria ter que ir... Eu fui ajudar a minha família, perdi parte das minhas reservas, eu poderia estar livre disso, mas não estou, e eu me culpo por isso... Amanhã, estarei na frente de todos, trabalhando horas a fio, sem tempo pra mim, como de costume, e eu simplesmente odeio isso...
Odeio ter que podar minha natureza, não saber lidar com nada, ir trabalhar em alguma coisa que não faz sentido nenhum para mim... Sou vegetariano, droga, não deveria ter uma lei me impedindo de trabalhar com carnes?
Para a maioria das pessoas é fácil, elas não tem a merda de um anjo falando em suas cabeças todos os dias, não carregam no peito a maior dádiva da vida, não são profundas e essencialmente perturbadas...
Me peça para escrever livros e mais livros, me peça para dissertar sobre a arte nas coisas, e as coisas na arte, me convide para filosofar, me de 15 livros para ler, e eu farei isso...
Mas então porque me pedem tanto para lidar com pessoas, ser profissional e responsável? Porque me tiram a arte e o tempo livre para assimila-la?
Um filme agora apenas antecipa o inevitável, tento fixar a idéia de que eu tenho uma noite de sono ainda pela frente, planejo o despertador para acordar três ou quatro vezes durante a noite só para que eu fique feliz e possa dormir de novo. Acordo de uma vez por todas, amarro os sapatos e assassino tudo dentro de mim entre "ois" categóricos e dissimulados...
Avalio a situação e ao término do dia, durmo o sono dos exaustos e dos vazios de essência...
Acordo depois de amanhã, e a rotina é sempre a mesma...
Vez por outra me apaixono por alguém que entra na churrascaria, e vou para o banheiro limpar o cheiro horrível de carniça de minhas mãos...
Depois volto para me sujar de novo...
E assim será para sempre, desde amanhã, até o dia em que me ver livre de tudo...
Nessas horas me arrependo. Deveria ter ficado no primeiro inferno, onde os ataques já tinham diminuído e eu só tinha o stress e a úlcera para lidar...
Estaria livre já... 
A culpa é do destino, que armou essas e outras para mim...
Eu preciso que todos entendam, de uma vez por todas, que eu não quero minhas mãos cheirando a carne, eu quero e preciso do meu espírito cheirando a rosas...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

... 7 palavras



Palavras...
Eu quero ser escritor, não pela tranquilidade de uma vida autônoma, ou pelo status de fazer parte de uma classe predominantemente intelectual... 
Não por isso, mas porque - para mim - as palavras são mágicas...
Quando estamos tristes, sofrendo por algum motivo, sentimentais, nossos textos absorvem essa energia, e o que era para ser um desabafo, ou apenas algumas linhas soltas, se tornam fontes inesgotáveis de energias, captadas diretamente de nossas essências atribuladas.
O bom escritor é caótico, melancólico, sozinho... Sim, existem outros tantos, de tantas outras maneiras diferentes, mas as energias que realmente merecem ser captadas, e as que são capazes de propagar mudanças, estas advém da tristeza da alma humana, advém de nossas fraquesas e limitações...
A escrita é uma forma de arte que nos permite um diálogo sútil e relevante com nós mesmos, e - assim como toda expressão artística relevante - contém os segredos do universo.
É por isso que eu quero ser escritor...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Essa maldita luzinha...

Se eu parasse para escrever alguma coisa aqui, com que intensidade sairia?
Eu acabei de ver um filme, e estou profundamente tocado...
As palavras podem realmente fluir através da gente?
Se sim, vamos lá:


Queria poder conversar com Deus, queria que ele me escutasse, e não me ignorasse, porque, é sério, eu já desisti de tentar, porque eu odeio essa terrível sensação ao término de uma oração de que eu estou falando sozinho... 
E eu sei, eu sei que estou falando sozinho, é claro que sim! Qual a lógica de se fechar os olhos e esperar uma energia fluir dentro de você. Essa energia não é Deus, essa energia são suas malditas ondas celebrais que se abaixam e passam essas sensações para você...
Não, não é um Deus que faz elas abaixarem, porque senão, Gugu e Faustão seriam deuses também... É o mesmo efeito de um domingo a tarde, ou de um sábado a noite em frente a TV.
Eu só queria que houvesse alguma coisa a mais do que simplesmente o nada de sempre.
Caramba, ele não existe gente, estamos sozinhos aqui e isso é fato...
...


Mas então porque mesmo assim, mesmo tendo certeza de tudo, ainda sinto aquela luzinha no fundo do meu coração, manchada em tons de ouro, uma luz definida e bem intensa para o seu tamanho, porque a sinto e isso parece me bastar?
A ciência deve explicá-la e eu sei que deve, mas eu a tenho aqui, e mesmo sabendo que é uma ilusão, eu sigo acreditando nela...
Deus não existe, eu sei que não...
Mas essa maldita luzinha sim...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

... 6 sentidos



Vida, família e amigos...
Nada parece fazer sentido quando estamos perto deles. Nós buscamos nossas fugas, nossas solidões, achamos que nada e nem ninguém é capaz de nos entender.
Não que esteja errado em minha análise, eu acho mesmo que nada e nem ninguém pode me entender, mesmo a vida tendo me presenteado com um bocado deles, eu sigo rumo a qualquer coisa que seja maior do que simplesmente estar perto de quem se ama.
Aí eu me perco, diversas vezes, em diversas paisagens, por diversas nuvens em diversos céus diferentes. Como uma amiga um dia me disse, "não querendo ser apenas um ponto, frente ao imenso mozaico".
E então a gente vê neve, a gente imagina conversas das quais nunca imaginou ter, grava algumas, lamenta outras, brinca e brincar faz sentido na vida.
Descobre um monte de gente que pensa igual a você, descobre sua praia, sua origem, define paradigmas, e se localisa em algum título que a gente mesmo se dá, mas que passa a fazer toda a diferença...
Amigos e família, salvo algumas raras excessões, nunca os tive muito tempo por perto, e sinceramente acho que a culpa não é só minha.
Mesmo a ausência tem lá suas energias vitalícias, e eu acredito que tinha que aprender, que tinha que ser assim. Porque mesmo na tristeza de uma ausência, se encontra qualquer coisa de sentido, algo quase pleno, que não cheira a plenitude, mas é quase como isso...