domingo, 8 de dezembro de 2013

O grito...

Tudo esta gritando tão alto e eu temo tanto pelo meu fim.
As pessoas choram suas derrotas e suas angustias, mas também choram seus sonhos e suas conquistas sempre e na mesma intensidade.
O que há para se fazer que não chorar?
Seguimos por um caminho trágico, nos amputando sempre, frágeis e inconsequentes, enquanto esperamos por um fim que nos redima.
Mas ele nunca vem.
Nos ensinam que ideais são para os fracos, e eu, tão fraco, me canso sempre muito rapidamente de interpretar um papel ditado pela sociedade e me recuso a fazer parte de um mundo fechado em si cheio de pompas capitalistas e de péssimo gosto.
"Meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder" e nada muda isso, tampouco nossa boa vontade... Arrisco dizer que sobretudo ela.
Sou uma aberração, um caminho produzido em grama verde que leva para um casarão rústico e de beleza revigorante, mas sem uma mobília sequer, cheio de tristeza e solidão.
Sou como pés descalços a um dia inteiro na areia, sujos, queimados, mas ainda sim cheios de uma estranha vontade de viver.
Este contorno produz arte, e se você acredita em propósitos, ficará muito incomodado em perceber a vida se impondo sobre você, te calando na forma de pessoas que você não sabe se ama ou odeia.
Por isso grito.
E enquanto tiver voz, eu me farei ouvir, mesmo que para poucos, com muitos me achando um idiota prepotente, ou um ignorante perspicaz.

Ouvindo: The National - Slipping Husband

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