sábado, 26 de outubro de 2013

O centro

O centro de qualquer ser reside exatamente no ponto para onde se volta quando se está descansado e desarmado.
Não existem surpresas quando regressamos ao centro de nossa emoção. É onde gostamos de estar, mesmo que isso resulte em magoarmos pessoas ou anularmos convencionalidades, o que retorna te retoma e não adianta lutar contra isso.
Questão de essência.
Tenha uma boa noite de sono e dialogue com a pessoa que vai acordar, preguiçosa e desajeitada, dentro de você. Ela te dirá muitas coisas acerca da vida e do que você chama de rotina. Além do que, ela é excelente companhia para monólogos, filmes e música.
Racionalizando sobre isso, já atormentado desde meus 16 anos, dei um nome para meu centro, e um nome para meus dois hemisférios, esquerdo e direito. Não me perguntem qual lado é exato e qual é humano, mas o Mike é esquerdo e é mau, um lobo de olhos brancos, triste e revoltado, mas não porque o deseja ser, mas simplesmente porque o é, e não o levem a mal, ele sofre com isso. O centro fica a cargo do Tommy (por causa dos Power Rangers, eu adorava o Tommy) e ele é sábio tanto para domar, escutar o lamento e prender a fera Mike quanto para consolar e brincar com o direito, a sempre enigmática Aninha, que é uma criança personificada em inocência, ternura, melancolia e beleza, tão lírica, que todos meus livros começam com ela, a têm, e terminam com ela.
Tommy, Aninha e Mike. Eles estão comigo e me são diariamente.
E você, quem acorda com você diariamente e te mostra os prazeres da melancolia?
O Tommy que escreveu isso.

Ouvindo  Belle and Sebastian - Little Lou, Ugly Jack, Prophet John

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