segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Teorias de Imortalidade...

Os livros, os filmes, as músicas... Que se danem esses exercícios de alma, afinal um dia o sol explode e nada há de restar.
Parece estranho querermos lutar tanto por nossas naturezas artísticas, sendo que - quando muito - teremos minutos de imortalidade, frente à imensidão de um universo que segue seu desatino de se expandir e nos ignorar.
Porque existir?
Eu sei que muitos seguem a explicação convencional religiosa, de um livro pequeno, que também vai se queimar quando o dia do nosso fim vier a tona.
Também sei que outros buscam na certeza dessa finitude uma resposta simplista e biológica, algo como: por nada existimos e para nada servimos, somos fadados a procriação da nossa espécie, e só.
Mas existe algo que insistimos em ignorar, que é essa estranha vontade de ser imortal. Claro que esse rompante não é algo vivido e sabido por todos, poucos a têem, mas para os que vivem este dilema, é algo valioso, embora não saibamos direito o que fazer com esses sentimentos tortos.
Assim como traços de uma personalidade nunca são vividos por todos, também a relação artística com a imortalidade é uma fonte da qual poucos bebem, mas não por isso podemos ignorá-la. Ela existe, e não dá a mínima para o fim.
Ontem saí e me diverti muito, e por mais que o momento valeu, e sempre valha a pena, fiquei com a estranha sensação de que eu não pertencia àquela lugar. Não como a um membro de família deslocado – vocês não sabem o quanto eu me sinto amado –  mas porque essas questões se fazem mágicas para mim, e a estranha ampulheta de areia que é a minha existência, segue seu peculiar devaneio transcedental rumo ao nada, e esta contagem regressiva para lugar algum me confunde.
Todos os meus personagens e histórias servem apenas para ilustrar a minha alma. São o meu medo de morrer. Eu quero gritar com eles as minhas verdades, antes que seja tarde, mas para que me preocupar? Devia viver o agora e esquecer o resto, não me sentir culpado por ignorar missões de vida, ou atrasá-las...
Todos estão ocupados demais vivendo, enquanto eu sigo esperando inspirações, dilemas e verdades sobre mim.
Eu quero ser imortal, só não sei porque...

2 comentários:

  1. Bela crônica, não tenho medo de morrer, mas do vazio de nunca mais pensar.

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  2. Ótimo post, Stênio.
    Acho que temos medo do desconhecido, é espantoso saber q vamos morrer sem se quer saber como é morrer, rs.
    É tão estranho, rs, penso nisso todo dia, sobre o fim, meu fim, tenho raiva de mim mesma por não conseguir parar de pensar nisso. Penso que poderia estar usando esse tempo em coisas mais importantes, mas sei lá, quando saio de casa, vou a outros lugares, como vc, tbm não me sinto bem...rsrs não me entendo >.<
    Enfim, adorei esse post Stênio, morte é uma coisa que sempre nos faz pensar, pensar, pensar e não chegar em nenhum lugar com isso, rsrs.

    Grande abraço
    Nelly

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