sábado, 8 de janeiro de 2011

Um dom...

Não saberia dizer se o que tenho é um dom...
O que sei é que sei usar palavras, elas ficam fonéticamente harmoniosas e eu passo relativamente bem a minha mensagem...
Se fosse para identificar um dom em mim, seria o dom de sentir...
Eu realmente sinto as coisas, sinto tudo com muita intensidade, e geralmente faço bom uso disso...
Eu sinto as histórias que escrevo, os filmes que vejo, as músicas que ouço, canaliso meus sentimentos, sublimo os que precisam ser sublimados, e os tranformo, quase sempre, em relatos cheios de paixão e subjetividade, convidando - ou não - o leitor para dialogar comigo...
E isso me basta...
Mesmo os relatos tristes e sombrios, se fazem valer de uma poesia fonética e subjetiva, que mesmo sendo a depressão a essência de cada palavra, o todo é mágico, e as pessoas são convidadas a refletirem sobre coisas boas, sobre o amor e a nostalgia da vida...
Assim descrevo as minhas poesias em prosa...
Mas algumas vezes, eu faço uso desse dom, desse "saber usar as palavras" com um intuito diferente...
Algumas vezes - quando eu quero machucar e ferir os sentimentos de alguém - eu faço deliberadamente uso de meus processos de criação, visando com isso atingir o coração e a essência do leitor em questão...
Quando faço isso, até por ter um traço de personalidade que me é muito peculiar, eu geralmente destruo a pessoa, a faço em pequenos pedaços, e me divirto com isso...
E depois, passado a euforia inicial, passado a diversão que é ver a pessoa no lugar onde eu queria que ela estivesse, eu faço uso do amor e da subjetividade de novo, reconstruo o todo e coloco ordem no caos reinante...
É um mecanismo de defesa, eu não sei brigar, não sei gritar, as pessoas me bateriam se eu fosse para cima delas, e se gritasse, provavelmente minha voz seria tragada em um eco, bem mais alto e transparente que o meu...
E é só por isso que eu uso o meu dom...

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