terça-feira, 8 de março de 2011

How can you stay outside?

Quando eu fiz o vlog sobre personalidades, eu mesmo não me ative a profundidade da questão. Fui feliz em devaneios, porque os sei ser, mas jamais poderia me ater para o que busco em essência, porque está na essência de tudo, todos os segredos das coisas no mundo.
Se olhassemos de cima, veríamos um quadro pintado, cheio de tons de cinza, transparentes e brutos, e não veríamos vida. Não veríamos os cachorros a latirem, as crianças a brincarem, as músicas a colorirem o todo; não, veríamos somente uma escala de cores simplistas, nada nem muito profundo e nem muito pessoal.
Mas se fixássemos nossos olhos, poderíamos ver pontos de luzes e cores a discorrerem do todo, fugindo do compasso, se perdendo na obra em si e se esbaldando em vida... Sim, veríamos essências perdidas por aí, pingando, e seriam várias.
Para essas essências poderíamos dar o nome de personalidades, e seria maravilhoso vê-las brincar por aí, se perdendo em noites de carnavais, em poemas singelos, em amores não correspondidos, em devaneios existencialistas e em tentativas de se expressar... Porque estranhamente esses pontos querem se expressar, parecem gritar para o mundo e a todo momento, porque eu acho que às vezes eles se sentem terrivelmente sós, e precisam de alguém para conversar. 
Daí eu me pergunto, desistindo de olhar de cima para baixo e passando a fazê-lo de baixo para cima. O que nos faz coloridos? Cheios de vida, soltos por aí, nos perdendo em si mesmos, fazendo a vida desmentir a razão?
Porque nascemos para gritar? E porque gritar parece ser só o que sabemos fazer?
Porque parece que estamos do lado de fora do trem, da festa, da loja de conveniências...
Vagamos sós, não sendo um ponto frente ao imenso mozaíco, não por missão de vida, mas porque não sabemos ser outra coisa.
E por vezes, alguns pontinhos se chocam, se quebram, se fragmentam, porque não são pessoas, são pontinhos, e estes são essências, e são elas que vagam pelo mundo sem precusar fazer sentido pleno, mas o fazendo. 
E sempre que se encontram e transformam a pintura pálida em paletas de cores raras perdidas por aí, o todo se faz mágico, e a mágia se faz presente...

5 comentários:

  1. E eu não sei dizer nada, nem simplista, nem complexo, porque o que você escreve, está para além do que se lê, e sentir por meio das suas palavras, é mais que olhar...é o brilho no olho.
    Lindo.

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  2. Há uma exatidão invejável nas suas palavras. Não há meios termos. Você é bem claro... Bem ao contrário de mim, que sobrevivo das entrelinhas, haha.

    "O que nos faz coloridos?" foi a máxima da minha semana. Obrigada.

    ps: o "Let Me Take You Down" é da música Strawberry Fields Forever, apesar de eu gostar bastante de Smashing Pumpkins também.

    Até logo :)

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  3. Suas palavras me deixam maravilhada. Por vezes preciso ler e reler, pensar e refletir.

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