Terceiros Fragmentos...
"Nenhuma Criança..."
quarta-feira, 17 de março de 2021
Olá escuridão, minha velha amiga...
Tenho 35 anos e me esqueci como é viver. Sentir dores era bom. Nunca quis viver entorpecido.
domingo, 13 de abril de 2014
Melancolia
Tem dias que o dia parece acontecer sem a gente.
A passividade da melancolia, este altruísmo inglório, assassina propósitos, mas inspira com uma intensidade motivacional. Pessoas como eu que escrevem sobre coisas, desabam em linhas enquanto o coração busca alternativas para não sucumbir a esta depressão singela da alma.
Nada clínico, a melancolia é estágio esperado do fardo que é ou foi amar; no meu caso foi. Mas não escreveria sobre meus encontros e desencontros no amor, escrever sobre isso não é limpo, amar não o é, eu só escrevo sobre o que vale a pena escrever, e se pelo fardo de amar algo me acende a alma, este algo é a melancolia.
Dizem que o tempo cura, mas o tempo não cura, o tempo afoga, transforma coração em pedra e trinca a porcelana do nosso caráter.
Quebrar-se em mil pedaços é o que cura, porque amar é desculpa para machucar e se machucar.
O processo todo nos transforma em fantasmas que percorrem dias, somos como filmes em preto-e-branco, mas sem a intenção de se-los, queremos ardentemente voltar a ser projeção colorida em tela com sala cheia, mas nos tornamos filmes medianos exibidos para ninguém, um doloroso fracasso de público.
Ninguém aplaude a melancolia.
A passividade da melancolia, este altruísmo inglório, assassina propósitos, mas inspira com uma intensidade motivacional. Pessoas como eu que escrevem sobre coisas, desabam em linhas enquanto o coração busca alternativas para não sucumbir a esta depressão singela da alma.
Nada clínico, a melancolia é estágio esperado do fardo que é ou foi amar; no meu caso foi. Mas não escreveria sobre meus encontros e desencontros no amor, escrever sobre isso não é limpo, amar não o é, eu só escrevo sobre o que vale a pena escrever, e se pelo fardo de amar algo me acende a alma, este algo é a melancolia.
Dizem que o tempo cura, mas o tempo não cura, o tempo afoga, transforma coração em pedra e trinca a porcelana do nosso caráter.
Quebrar-se em mil pedaços é o que cura, porque amar é desculpa para machucar e se machucar.
O processo todo nos transforma em fantasmas que percorrem dias, somos como filmes em preto-e-branco, mas sem a intenção de se-los, queremos ardentemente voltar a ser projeção colorida em tela com sala cheia, mas nos tornamos filmes medianos exibidos para ninguém, um doloroso fracasso de público.
Ninguém aplaude a melancolia.
Ouvindo: Suede "The 2 of us"
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Entrevista - Tribuna de Vinhedo
Finalmente foi liberada a entrevista que dei para a Tribuna de Vinhedo sobre meu livro "A Grande Ópera".
Ela se encontra na íntegra no site da minha editora wolfbook.
Meu muito obrigado ao Thiago Alencar e o pessoal da editora pela gentileza com que me conduzem.
A quem possa interessar:
Entrevista - Tribuna de Vinhedo
Ela se encontra na íntegra no site da minha editora wolfbook.
Meu muito obrigado ao Thiago Alencar e o pessoal da editora pela gentileza com que me conduzem.
A quem possa interessar:
Entrevista - Tribuna de Vinhedo
sábado, 11 de janeiro de 2014
A Grande Ópera
É com muita alegria que anuncio que foi disponibilizado no site da editora Wolf Book uma prévia em e-book do meu livro "A Grande Ópera", mas precisamente o preâmbulo.
Aos amigos interessados em conhecer um trecho do meu primeiro livro, podem baixar gratuitamente o arquivo em PDF, clicando sobre o ícone comprar e se cadastrando no site. Para estes foi oferecido 50% de desconto quando o projeto finalmente estiver pronto para comercialização.
E também ganhei uma coluna no site para publicar meus rabiscos, algo como uma extensão deste meu blog terceiros fragmentos.
Muito legal esse momento que estou vivendo, e mais legal ainda é ter com quem compartilhar.
http://www.wolfbook.com.br/loja/
Aos amigos interessados em conhecer um trecho do meu primeiro livro, podem baixar gratuitamente o arquivo em PDF, clicando sobre o ícone comprar e se cadastrando no site. Para estes foi oferecido 50% de desconto quando o projeto finalmente estiver pronto para comercialização.
E também ganhei uma coluna no site para publicar meus rabiscos, algo como uma extensão deste meu blog terceiros fragmentos.
Muito legal esse momento que estou vivendo, e mais legal ainda é ter com quem compartilhar.
http://www.wolfbook.com.br/loja/
domingo, 8 de dezembro de 2013
O grito...
Tudo esta gritando tão alto e eu temo tanto pelo meu fim.
As pessoas choram suas derrotas e suas angustias, mas também choram seus sonhos e suas conquistas sempre e na mesma intensidade.
O que há para se fazer que não chorar?
Seguimos por um caminho trágico, nos amputando sempre, frágeis e inconsequentes, enquanto esperamos por um fim que nos redima.
Mas ele nunca vem.
Nos ensinam que ideais são para os fracos, e eu, tão fraco, me canso sempre muito rapidamente de interpretar um papel ditado pela sociedade e me recuso a fazer parte de um mundo fechado em si cheio de pompas capitalistas e de péssimo gosto.
"Meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder" e nada muda isso, tampouco nossa boa vontade... Arrisco dizer que sobretudo ela.
Sou uma aberração, um caminho produzido em grama verde que leva para um casarão rústico e de beleza revigorante, mas sem uma mobília sequer, cheio de tristeza e solidão.
Sou como pés descalços a um dia inteiro na areia, sujos, queimados, mas ainda sim cheios de uma estranha vontade de viver.
Este contorno produz arte, e se você acredita em propósitos, ficará muito incomodado em perceber a vida se impondo sobre você, te calando na forma de pessoas que você não sabe se ama ou odeia.
Por isso grito.
E enquanto tiver voz, eu me farei ouvir, mesmo que para poucos, com muitos me achando um idiota prepotente, ou um ignorante perspicaz.
As pessoas choram suas derrotas e suas angustias, mas também choram seus sonhos e suas conquistas sempre e na mesma intensidade.
O que há para se fazer que não chorar?
Seguimos por um caminho trágico, nos amputando sempre, frágeis e inconsequentes, enquanto esperamos por um fim que nos redima.
Mas ele nunca vem.
Nos ensinam que ideais são para os fracos, e eu, tão fraco, me canso sempre muito rapidamente de interpretar um papel ditado pela sociedade e me recuso a fazer parte de um mundo fechado em si cheio de pompas capitalistas e de péssimo gosto.
"Meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder" e nada muda isso, tampouco nossa boa vontade... Arrisco dizer que sobretudo ela.
Sou uma aberração, um caminho produzido em grama verde que leva para um casarão rústico e de beleza revigorante, mas sem uma mobília sequer, cheio de tristeza e solidão.
Sou como pés descalços a um dia inteiro na areia, sujos, queimados, mas ainda sim cheios de uma estranha vontade de viver.
Este contorno produz arte, e se você acredita em propósitos, ficará muito incomodado em perceber a vida se impondo sobre você, te calando na forma de pessoas que você não sabe se ama ou odeia.
Por isso grito.
E enquanto tiver voz, eu me farei ouvir, mesmo que para poucos, com muitos me achando um idiota prepotente, ou um ignorante perspicaz.
Ouvindo: The National - Slipping Husband
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
A queda da criança
"Ela se atirou tão loucamente pelas nuvens que a faziam fria, porém estranhamente desperta de todo o mau que ousava nascer de dentro de seu cântico inocente, que nem por um momento pensou no fato de que não sabia voar.
Mas ela não caia sozinha, a seu lado todos a quem ela ajudou a mutilar os sentidos caíam com ela e por ela, dezenas e centenas de vezes mais rápidos, unicamente porque nasceram afim de representá-la na imensidão vazia de uma última queda.
Ela soube enlouquecer a todos com sua voz rouca e seu olhar cristalino, soube cantar a desgraça de cada um dos presentes no teatro mágico, os quais não esperaram pelo fim de suas vidas e quiseram antecipar a viagem final.
A queda parecia ser a liberdade em sua forma mais plena e isso a anestesiou do desespero do porvir.
Enquanto se esquecia de sua frágil vida, imaginou por instantes como seria seu fim ideal; se se apagaria no instante do impacto profundo de seu corpo contra o solo, ou se cairia para sempre, uma queda pela outra, um infinito de gravidade para nada.
Pelo que se soube, todos a quem ela enlouqueceu foram eficientes em caírem primeiro, se chocando rápidos e seguros, compondo arte em se desfazerem como energias puras que eram.
Foram tantos suicídios plenos, tantos encontros de matérias, que o solo logo se encheu de mortos, e uma cama de paz e serenidade banhada em sangue se fez lírica e plena esperando o pouso forçado da criança que não conseguia morrer.
Ao emergir da cama de maldição, loucura e sobretudo odor pútrido, ela sorriu vermelha, e não teve uma criatura da noite que não comemorou a alegria de salvar-lhe a vida... de morrer por ela uma vez mais."
Mas ela não caia sozinha, a seu lado todos a quem ela ajudou a mutilar os sentidos caíam com ela e por ela, dezenas e centenas de vezes mais rápidos, unicamente porque nasceram afim de representá-la na imensidão vazia de uma última queda.
Ela soube enlouquecer a todos com sua voz rouca e seu olhar cristalino, soube cantar a desgraça de cada um dos presentes no teatro mágico, os quais não esperaram pelo fim de suas vidas e quiseram antecipar a viagem final.
A queda parecia ser a liberdade em sua forma mais plena e isso a anestesiou do desespero do porvir.
Enquanto se esquecia de sua frágil vida, imaginou por instantes como seria seu fim ideal; se se apagaria no instante do impacto profundo de seu corpo contra o solo, ou se cairia para sempre, uma queda pela outra, um infinito de gravidade para nada.
Pelo que se soube, todos a quem ela enlouqueceu foram eficientes em caírem primeiro, se chocando rápidos e seguros, compondo arte em se desfazerem como energias puras que eram.
Foram tantos suicídios plenos, tantos encontros de matérias, que o solo logo se encheu de mortos, e uma cama de paz e serenidade banhada em sangue se fez lírica e plena esperando o pouso forçado da criança que não conseguia morrer.
Ao emergir da cama de maldição, loucura e sobretudo odor pútrido, ela sorriu vermelha, e não teve uma criatura da noite que não comemorou a alegria de salvar-lhe a vida... de morrer por ela uma vez mais."
(Trecho de "Por Toda a Eternidade")
ouvindo: Ludovico Einaudi - Nuvole Bianche
domingo, 1 de dezembro de 2013
Brainstorm de um domingo a noite...
Do casulo ao externo, tudo segue uma trajetória atípica e retilínea.
É atípico porque ser sempre a exceção de uma maldita regra é cansativo...
É belo, porém inquietante. Gosto de pensar em transcendental.
Sempre fui destes que buscam as essências das coisas. E sim, é maldição e benção enxergá-las, sempre e em todos os momentos.
Há quem repara sua busca pelo centro em pequenos fragmentos cotidianos essencialmente perfeitos.
Sou destes.
O entendimento sobre aquilo que eu deveria buscar começou aos 16 anos na beleza lírica de um amor.
As vezes enxergo os dilemas e a poesia dos meus dezesseis anos em outros adolescentes de dezesseis anos e me sinto tanto em seus olhares e atenções que é quase como se sentisse por eles.
São sentimentos tortos, canções e cartas de amor...
Gostava de chegar em casa nas quartas-feiras a noite e fumar com a janela do quarto aberta, sozinho, fitando a lua e sua imensidão perfeita, no rádio Chico ou Caetano, relembrando, escrevendo e dirigindo as cenas com as quais minha rotina estava sendo composta.
Fazia planos e estudava os takes. O cinema e a literatura sempre me foram úteis.
As soundtracks mais do que darem o tom, se debruçavam sobre meus conteúdos e narravam o antes e o depois em tons documentais tão apaixonadamente contemplativos, que me lembro de perder horas tentando prever o que aconteceria comigo, como se eu já estivesse escrito.
As vezes acho que todos estamos.
Aquestão fundamental do centro e da busca pelo mesmo, se dá na origem de nossas emoções.
Se estamos bem, estamos no centro. Se estamos mal, olhamos com calma e entendemos se estamos a direita ou a esquerda do que somos e pelo que sentimos.
Sobretudo para quem somos.
É atípico porque ser sempre a exceção de uma maldita regra é cansativo...
É belo, porém inquietante. Gosto de pensar em transcendental.
Sempre fui destes que buscam as essências das coisas. E sim, é maldição e benção enxergá-las, sempre e em todos os momentos.
Há quem repara sua busca pelo centro em pequenos fragmentos cotidianos essencialmente perfeitos.
Sou destes.
O entendimento sobre aquilo que eu deveria buscar começou aos 16 anos na beleza lírica de um amor.
As vezes enxergo os dilemas e a poesia dos meus dezesseis anos em outros adolescentes de dezesseis anos e me sinto tanto em seus olhares e atenções que é quase como se sentisse por eles.
São sentimentos tortos, canções e cartas de amor...
Gostava de chegar em casa nas quartas-feiras a noite e fumar com a janela do quarto aberta, sozinho, fitando a lua e sua imensidão perfeita, no rádio Chico ou Caetano, relembrando, escrevendo e dirigindo as cenas com as quais minha rotina estava sendo composta.
Fazia planos e estudava os takes. O cinema e a literatura sempre me foram úteis.
As soundtracks mais do que darem o tom, se debruçavam sobre meus conteúdos e narravam o antes e o depois em tons documentais tão apaixonadamente contemplativos, que me lembro de perder horas tentando prever o que aconteceria comigo, como se eu já estivesse escrito.
As vezes acho que todos estamos.
Aquestão fundamental do centro e da busca pelo mesmo, se dá na origem de nossas emoções.
Se estamos bem, estamos no centro. Se estamos mal, olhamos com calma e entendemos se estamos a direita ou a esquerda do que somos e pelo que sentimos.
Sobretudo para quem somos.
escutando: No Clear Mind - Alone and Together
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